Wrap Up: Lidos de Julho

ph: cottonbro via pexels


Chegou aquela altura do mês em que listamos e falamos um pouco sobre os livros que lemos ao longo do mês! Foi um mês bastante produtivo, por isso tomem nota dos livros diversos que fomos devorando.



Lidos de Junho da Rafa


The Midnight Library (A Biblioteca da Meia Noite), de Matt Haig

Não foi nada do que eu esperava que seria - as reviews que fui encontrando marcavam-no como sendo muito mais triste do que eu achei que seria -, mas foi bastante bom ainda assim. Todo o conceito da biblioteca, da verdade por trás dela, da viagem interna que a Nora faz ao longo das suas vidas, da evolução que ela vai sofrendo como personagem... É um livro existencialista. Achei algumas vidas, e algumas cenas em particular, bastante tristes. Mas não creio que seja um livro triste. É um livro optimista. É um livro sobre avaliar a nossa vida sobre o que queremos que ela seja em vez do que gostaríamos que fosse.



Mar Revolto, de Gabriel Bellia

També, farei um post mais completo sobre este livro, mas por agora deixo-vos com o seguinte: este livro é tudo o que precisam de estão à procura de um romance LGBT com foco no mar, em fantasia e com uma história de nos tirar o ar dos pulmões. É tudo o que esperamos de um livro sobre o conflito milenar entre sereias e humanos, mas muito mais também. É um livro sobre ser-se pai, deuses, amizades, uma comunidade. É sobre pessoas que se tornam especiais para nós e impactam a nossa vida de formas que não conseguimos descrever. É sobre um romance entre dois homens que nos fazem a nós, os leitores, apaixonar por eles os dois e torcer para que fiquem juntos.



Aquorea, de M. G. Ferrey

Não dá para contornar o que é simples: não gostei. A minha cabeça diz que é mau, o meu coração diz que é okay. A dicotomia é simples: do ponto de vista literário, não quero ser má, mas é mau. Claro que é sempre subjetivo. Mas ele tem muitos problemas. Porém, até tem uma história vagamente interessante e com potencial para crescer.

Eu fiz todo um show com post-its coloridos para marcar cenas que detestei particularmente e entrei em detalhes na minha review no GoodReads, portanto se quiserem uma lista detalhada de todos os problemas que o livro tem, força: o user lá é o mesmo que aqui.

Porém, aqui, vou-me focar em apenas dizer que este livro tem demasiados problemas para eu o defender: tem problemas ao retratar relações românticas borderline tóxicas, tem problemas com consentimento em relações sexuais, está cheio de clichês (e não aqueles de que gostamos), cheio de anacronismos, cheio de diálogos que não fazem sentido, e o Kai é tóxico. Não consigo defender. A desculpa dele para ter sido "mal educado" não é justificável de todo. Ele não foi apenas "mal educado", ele foi um cretino.

Francamente, acho que este livro precisava de pelo menos mais uma ronda ou duas de edição e revisão, e talvez uma reflexão sobre o público-alvo. Mas, como já mencionei, a história torna-se gradualmente mais interessante e os personagens gradualmente mais maduros. E os plot-twists todos no final foram bastante surpreendentes. Estou feliz por ver um livro de fantasia PORTUGUÊS a explodir tão bem em Portugal. Só lamento que não o consiga considerar bom ou que mereça o "hype". Espero ver mais livros da autora e ver a evolução dela daqui em diante.



As Almas Penadas de Liriethem, de G. G. Klimt

Apesar de ser curtinho — menos de 80 páginas —, é notável o esforço que o autor fez para que o seu universo fosse à prova de bala, interessante e bem fundamentado. Uma princesa que sofre tanto pela morte do seu pai que, num revirar de eventos, dá por si numa tumba cheia de reis mortos, que lhe oferecem poderes especiais e a encarregam de uma missão importante. É sem dúvida um livro carregado de ação, surpreendendo-nos sempre com reviravoltas, surpresas, lutas de espadas e magia. Mas senti falta de um pouco mais de introspeção. Os monólogos certamente passam os pensamentos da protagonista, mas eu gostaria de ter entrado na mente dela mesmo sem que ela falasse sobre o que pensava.

É sem dúvida um livro carregado de ação, surpreendendo-nos sempre com reviravoltas, surpresas, lutas de espadas e magia. Mas senti falta de um pouco mais de introspeção. Os monólogos certamente passam os pensamentos da protagonista, mas eu gostaria de ter entrado na mente dela mesmo sem que ela falasse sobre o que pensava.


Como não escrever um romance de Howard Mittelmark e Sandra Newman

Andava a arrastar a leitura deste livro deste agosto, mas finalmente terminei-o já no final de julho. Eu não li muitos sobre sobre escrita criatuva, mas este aqui merece uma medalha de ouro de tão bom que é. É elucidativo, vai direto aos pontos, tem um sentido de humor contagiante, está recheado de exemplos e sátiras, e é fácil de compreender a mensagem. Tirei tantas notas que enchi meio caderno à custa dele.

 

O Angolano que comprou lisboa (por metade do preço) de Kalaf Angelo

Trouxe-o na biblioteca sem olhar muito para ele. Tudo o que percebi é que era sobre um homem negro, angolano, que falava sobre Lisboa. Pareceu-se ser uma leitura interessante sobre perspetivas e culturas. Felizmente, não estava errada. De início estranhei a escrita, mas rapidamente me habituei e acabou por ser a minha parte favorita. Há uma certa lírica nas suas crónicas, um je ne sais quoi de fascínio que não consigo explicar. Eu não conhecia o senhor e só procurei a biografia dele depois de o ler e descobri que é um artista moderadamente conhecido aqui por Portugal. Acho que 2021 é o ano em que leio livros de memórias de pessoas que não conheço.



Outros livros que li, mas terão os seus próprios posts dedicados a eles:

  • Shadow & Bone, de Leigh Bardugo
  • Irmandade da Adaga Negra, de J. R. Ward
  • The Liar of Red Valley, de Walter Goodwater


Lidos de Junho da Moni


Manual de Instruções de como construir o candeeiro que encomendei do IKEA

Esqueci-me por completo que quando compras coisas na IKEA tens de as montar. Apesar de tudo, as instruções foram fáceis de seguir. Ponto negativo: não veio lâmpada incluída. Só por isso leva com nota 4/10.

Embalagem de shampoo

Li os ingredientes na diagonal, não memorizei nenhum, o meu cabelo anda bonito.  Nota 10/10.

Extrato bancário

Não gostei. Achei o conteúdo muito pobre. Espero que o próximo seja melhor. Nota -2/10.



Lidos de Junho da Alex



To Kill a Kingdom de Alexandra Christo

Sereias, piratas. Caçadores de um tesouro mágico e enemies to lovers? Sim, por favor! Um twist na pequena sereia, onde a nossa princesa é transformada em humana com o propósito de arrancar o coração do principe caçador de sereias. Entre discussões nasce um romance, e entre aventuras nasce uma história. Eu realmente gostei deste livro e preciso urgentemente achar mais livros com sereias!


A Touch of Darkness de  Scarlett St. Clair

Deus do Olimpo mas façam-no moderno. Hades e Persephone são os meus deuses favoritos e sou apaixonada por ler twists nas histórias deles. Infelizmente este livro não me conquistou ao ponto de querer saber do resto da coleção.


Serpent & Dove de Shelby Mahurin

Enemies to Lovers, bruxas e caçadores de bruxa, um remake da Inquisção e todo um duelo entre liberdade e castidades. Serpent & Dove é bom. Adorei o passing da história e como a relação deles se formou. Os resmungos, as batalhas, as discussões. E em geral o plot. Eu sei que muita gente reclama do livro e do passing dele. Mas eu gosto de coisas lentas e gosto do choque de personalidades dos dois. Tem todo o bom cliché de fantasia que vive no limiar do cringe. 


A Court of Thorns and Roses de Sarah J. Maas

ste livro. Ah este livro... não sei como explicar. Como é que se pode adorar e odiar uma coisa ao mesmo tempo? Não sei, não compreendo, não faz sentido. Mas é isto que acontece com este livro. Há partes muito boas, e eu sou uma sucker por enemies to lovers e ainda mais quando há progressão no romance. Gosto que seja uma re-adaptação da "Bela e o Monstro" e que a moça não saiba ler. Adoro muitos dos personagens, contudo, depois, há coisas que não funcionam comigo. E TODAVIA QUERO LER O RESTO E AO MESMO TEMPO NÃO QUERO LER O RESTO. 


The Shadows Between Us de  Tricia Levenseller 

Este livro é muito peculiar. Nos outros exemplos as personagens ou são boas ou são más. Aqui não posso dizer o mesmo. Há pessoas uma mistura desses dois. O que faz com que não estivesse propriamente a torcer por ninguém, e ao mesmo tempo, estava investida neles todos. Havia muitos plots mistérios. Uns engraçados (Robinhood) e outros um pouco dramáticos e anticlimáticos (A morte dos reis e quem quer assasinar o novo rei). O humor da personagem principal era divinal e há tantas passagens funny dela e o seu "ódio" pela irmã... 
Em geral foi um tempo bem passado. 


Fun Home de Alison Bechdel

Este livro vai ser sempre incrivel de todas as vezes que o ler. É cru, é especial. É a alma de uma pessoa despojada de artificios. Enquanto usa bastantes para nos fazer sentir. 


My Lesbian Experience with Loneliness de Kabi Nagata

Uma funny approach a temas complexos e pesados. Nagata faz um excelente papel a narrar as suas aventuras. Deixando sempre no final um agridoce quando digerimos finalmente a história.


Já leste algum destes livros? O que achaste? Comenta em baixo!

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